A importância da Contabilidade para o Terceiro
Setor
O Terceiro setor é constituído pelas instituições de
interesse público, mantidas pela iniciativa privada, não possuindo fins
lucrativos, é aquele que congrega as Organizações que embora prestem
serviços públicos, produzem e comercializem bens e serviços, não são
estatais, nem visam o lucro financeiro com os empreendimentos efetivados,
e sim, visam o bem-estar social. Proporcionam à sociedade a melhoria na
qualidade de vida, atendimento médico, eventos culturais, campanhas
educacionais, entre tantas outras atividades.
O crescimento das instituições do terceiro setor, com
atividades que buscam desenvolver o aprimoramento social nas comunidades,
carece cada vez mais de instrumentos que as tornem uma atividade
confiável diante a sociedade e o governo, e a Contabilidade como ciência
social que é, possui esse instrumento, isto é, fornecer transparência as
instituições do terceiro setor, e através dessa credibilidade, essas
organizações poderão conseguir mais investidores para realizar a
consecução de seus resultados.
A IMPORTÂNCIA DA
CONTABILIDADE PARA O TERCEIRO SETOR
De grande importância é a contabilidade para o terceiro
setor, pois, com auxilio desta, é possível demonstrar para a sociedade o
trabalho que realmente vem sendo desenvolvido por parte dessas
instituições sem fins lucrativos. Um dos grandes problemas encontrados
por elas é a falta de confiabilidade por parte da grande maioria da
sociedade, devido ao envolvimento de algumas dessas instituições em
escândalos fraudulentos. Quanto mais clara for a mensuração de todo o
processo operacional da entidade, mais positivamente esta será vista, e
com isso, mais recursos poderão ser arrecadados. Daí a importância da
transparência na contabilidade de recursos das ONG´s.
NORMAS BRASILEIRA
APLICÁVEIS AO TERCEIRO SETOR
De acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC
T 10.19.1.3, as entidades do Terceiro Setor são aquelas em que o
resultado positivo não é destinado aos detentores do patrimônio líquido e
o lucro ou prejuízo são denominados, respectivamente, de superávit ou
déficit. A contabilidade das Entidades do Terceiro Setor sofre algumas
adaptações comparadas as do Segundo Setor. Mudanças estas, também, quanto
a nomenclatura das Demonstrações Contábeis determinadas pela NBC T 3 (
Norma que determina as Demonstrações Contábeis que devem ser elaboradas
pelas Entidades).
APRESENTAÇÃO DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
As Entidades do Terceiro Setor seguirão a mesma composição
e forma de apresentação da Lei N. º 6.404/76, obedecendo às devidas
adaptações feitas à luz das Normas Brasileiras de Contabilidade 10.14,
10.16, 10.18 e 10.19. Entretanto, alguns termos deve variar no caso da
contabilidade do terceiro setor. O conceito básico de Patrimônio Líquido
é o mesmo tanto nas empresas quanto no terceiro setor. A equação
patrimonial clássica não se altera, continua sendo o ativo menos o
passivo. O que altera é a nomenclatura, ao invés de Patrimônio Líquido, é
chamada de Patrimônio Social.
BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial é um demonstrativo que representa a
situação estática do Patrimônio da Entidade, destinada a evidenciar
quantitativa e qualitativamente, num determinado período, a adequada
interpretação da posição patrimonial e financeira. O Patrimônio Líquido,
segundo a NBC T “compreende os recursos próprios da entidade e o seu
valor é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo, que pode
ser positivo, nulo ou negativo”. A NBC T, determina ainda, a substituição
da conta Capital Social das organizações com finalidade de lucros pela
expressão ‘Patrimônio Social’.
DEMONSTRAÇÃO DE
SUPERÁVIT OU DÉFICIT DO EXERCÍCIO
A NBC T que trata das demonstrações contábeis para o
Terceiro Setor, determina a alteração da nomenclatura de “lucro ou
prejuízo do exercício” para ‘superávit ou déficit do exercício’. Esta
demonstração tem por objetivo principal, nas entidades sem fins
lucrativos, evidenciar todas as atividades desenvolvidas pelos gestores
relativas a um determinado período de tempo, denominado de “Exercício”.
Quanto às despesas e receitas, é de suma importância a orientação dada
pela NBCT 10.16, para a adequada elaboração da Demonstração do Superávit
ou Déficit.
DEMONSTRAÇÃO DAS
MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO SOCIAL
Segundo a NBC T, a “Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido Social é a demonstração contábil destinada a
evidenciar em um determinado período, as mutações nos resultados
acumulados da entidade”. Na verdade, as informações contidas nesta, irá
completar os demais dados constantes no Balanço e na Demonstração do
Superávit ou Déficit. Explicando como e porque as Contas do Patrimônio
Social modificaram-se durante determinado período.
DEMONSTRAÇÃO DAS
ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS
Este demonstrativo irá auxiliar a entender, como o próprio
nome evidencia, a origem do recurso e como tais foram aplicados. O que se
pode constatar é que independente da Demonstração, esta deverá ter
títulos e terminologias claras para o leitor. Termos obscuros como
“outras receitas” “outras contas a pagar” deverão ser evitados. Lembrando
sempre que o doador, o parceiro, o voluntário, enfim, os que aportam
recursos nestas Entidades esperam que seja cultivada a transparência
quanto aos projetos, resultados obtidos e os recursos alocados.
Informação entre
Parênteses
Esta é mais uma forma de explicação, contidas nos
demonstrativos, para esclarecer sobre o título de um grupo, ou mesmo um
critério de avaliação. Esta evidenciação deverá ser curta e clara, e para
que isso ocorra é necessário conhecer a real utilidade dessa informação,
do contrário poderá vir a prejudicar a informação contida na disposição
principal.
Notas Explicativas
As Notas Explicativas formam um complemento às
Demonstrações Contábeis, tornando-se parte integrante destas,
acrescentando informações que por algum motivo não foram evidenciadas nas
Demonstrações Contábeis.
Quadros e
demonstrativos suplementares
Os quadros contribuem por evidenciar detalhes que deveriam
conter nos demonstrativos tradicionais e que não são cabíveis no corpo
destes. Já nos suplementares são apresentados demonstrativos contábeis de
um ângulo diferente, sob outra perspectiva de avaliação e comparação.
Esta não é uma forma comumente utilizada no Brasil, aliás,
estes quadros suplementares estão contidos nas próprias notas
explicativas.
Comentários do
Auditor
Embora, o parecer, tenha características voltadas para o
controle e a fiscalização, este seria, também, uma fonte adicional de
“disclousure”, de modo a proporcionar uma maior segurança ao usuário.
O conteúdo do Parecer compõe basicamente de três
parágrafos, um que referencie as demonstrações consultadas, um outro
parágrafo relatando a natureza e extensão dos trabalhos realizados e
finalmente a opinião do auditor sobre os demonstrativos e relatórios
estudados.
Mesmo se inserindo em um setor sem fins lucrativos, estas
organizações precisam de organização contábil. Benefícios como doações,
serviços voluntários e isenção de tributos podem se transformar em
grandes problemas quando não há uma correta administração contábil e
financeira. Mas alguns administradores ainda acreditam que não é
necessária a assessoria contábil, quando, ao contrário, esta é
fundamental para manutenção e desenvolvimento dessas entidades. Com
relação à transparência exigida atualmente, percebe-se a necessidade de
evolução da Contabilidade, uma vez que, as instituições sem fins
lucrativos, em nosso país, elaboram suas demonstrações contábeis com base
em modelos desenvolvidos para atender às necessidades de usuários ligados
a instituições com fins lucrativos.
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