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Negócios: Como não
desmotivar seu sócio
Ter um sócio pode ser essencial, um risco, um problema,
uma solução, um processo, um desgaste, ou uma luz no fim do túnel
Por: Marcos Assi
Iniciar a sociedade com alguém é igual iniciar um
casamento, no início é só festa, mas com o tempo as diferenças vão
surgindo, e neste momento as arestas devem ser aparadas, mas... A teoria
sobre relacionamento profissional ou pessoal é fantástica, mas a prática
deixa a desejar, por este motivo devemos entender que a sociedade entre
amigos, parentes e desconhecidos, deve passar por alguns procedimentos
essenciais como:
Respeito:
por maior que seja a sua participação na
empresa, não conseguimos realizar nada sozinhos, necessitamos de
parcerias internas nos procedimentos e conhecimentos, para que o ambiente
seja favorável aos sócios e aos demais colaboradores. Evite conflitos
dentro da empresa, o sinal que você passa para os colaboradores é ruim e
enfraquece tanto o negócio, quanto o ambiente.
Comunicação: o princípio fundamental da gestão de negócios é a boa
comunicação, feita de forma construtiva, buscando sempre a melhoria, ou
seja, reuniões devem buscar soluções e todas as opiniões precisam ser
ouvidas. Evite gritar, pois seu sócio não é surdo, e ficar enviando uma
enxurrada de e-mails também não funciona. Conversem mais, busquem agregar
conhecimento e soluções, afinal todos querem o crescimento da empresa,
por menor que seja a participação.
Delegar funções: se você chamou alguém para ser sócio de sua empresa, há
algum motivo, portanto delegue funções e atividades, não sobrecarregue a
sua gestão, seja participativo e promova o respeito na gestão. Evite
frases como: “a empresa é minha, e faço como eu quero”, ou “não preciso
de você para dar palpites”, ou então para que ter um sócio? Evite também
centralizar demais, sozinhos cometemos mais erros, e perdemos noites de sono.
Conhecimento Multidisciplinar: quando procuramos
um sócio, sempre estamos em busca de uma pessoa que possua conhecimento e
know-how que atenda as necessidades da empresa e do negócio, já que
fatores como este fazem a diferença, afinal ter conhecimento financeiro,
administrativo, de TI, comercial, entre outros, torna-se um diferencial.
Portanto, quanto maior o conhecimento dos membros da alta direção, melhor
será a gestão do negócio. Evite a improvisação, pois inicialmente tudo é
bacana, mas no final você vai lamentar alguns resultados. Se você
necessita da ajuda do seu sócio, solicite a ele, mas tenha em mente que
se ele não possuir o conhecimento esperado, você pode buscar por um
especialista.
Gastos pessoais na Empresa: faça valer o
postulado da entidade, onde Pessoa Jurídica e Pessoa Física não se
misturam na parte financeira. Os gastos da empresa devem ser controlados,
e os sócios devem estipular o valor das retiradas mensais para custeio de
suas despesas pessoais, já que no final do ano os dividendos devem ser
distribuídos entre os sócios. Evite pagar suas despesas pessoais
utilizando o caixa da empresa, e comprar equipamentos para você ou sua
casa com o cartão corporativo, mesmo você sendo o majoritário, quanto
mais você gasta, menor o resultado, e qual foi o motivo de chamar um
sócio mesmo?
Indiferença e ignorância: devemos demonstrar
união, respeito, humildade e compreensão. Ouvir as pessoas e buscar ações
de melhorias, pois somos humanos e cometemos erros, sempre na busca dos
acertos, por mais que acreditemos que nunca erraremos, um dia acontece,
por esse motivo devemos compartilhar mais. Evite maltratar as pessoas,
usar palavras desnecessárias (palavrões), nunca agregam nada, pelo
contrário, machucam quem ouve, e demonstram total desrespeito e preparo
daqueles que pronunciam. Vale a pena lembrar que um palavrão é sempre
seguido de um grito, mas quem gosta de ficar ouvindo alguém gritando em
seu ouvido por muito tempo?
Crescimento e Inovação: a empresa precisa de motivação e de negócios para
continuar funcionando, portanto o crescimento é inerente a todo negócio,
desde que bem gerenciado. A busca pela inovação é interminável, mas os
riscos também. Nenhuma empresa começa grande, ela fica grande, mas
existem empresas que são pequenas e atendem a grandes empresas, mas não
se veem desta forma, e não compreendem o contexto geral, ai que mora o
perigo. Evite crescer a qualquer custo, isso assusta as pessoas. Evite
também oferecer serviços ou produtos se você não possui mão-de-obra
suficiente para atender, isso gera riscos e assusta muito os sócios e
colaboradores, que avaliam a possibilidade de perder dinheiro e a
credibilidade da empresa.
Para concluir ter um sócio pode ser essencial, um risco,
um problema, uma solução, um processo, um desgaste, ou uma luz no fim do
túnel. A questão é para que motivo você quer um sócio? Os interesses são
de ambas as partes, mas a gestão nem sempre é assim, por isso devemos
pensar muito bem nisso.
Fonte: Revista
Incorporativa
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